Coube à Arquiconfraria do Cordão de São Francisco, fundada em 1760, a construção da primitiva capela, provavelmente transformada em capela-mor do templo definitivo, cuja construção se deu a partir de 1784, data em que a Arquiconfraria foi constituída formalmente. A inexistência de documentação no arquivo da Igreja relativa à sua época de construção, impossibilita o devido esclarecimento sobre os artistas que ali trabalharam, bem como as etapas de evolução e conclusão das obras. Pode-se, todavia, a partir de estudos comparativos, suspeitar da participação dos artistas Romão de Abreu, José Antônio de Brito e Manuel da Costa Athaíde nos trabalhos da igreja. Em 1843, diante da necessidade de reedificação do templo, a Assembléia Legislativa Provincial autorizou a concessão de duas loterias para a realização das obras. Estas, entretanto, parece que só tiveram início em 1853, conforme indica o Livro de Receita e Despesa da Arquiconfraria. Pelo mesmo documento, pode-se inferir que as obras se prolongaram até 1874/1875 e compreenderam a reforma do frontispício, reconstrução da torre, obras na capela-mor, no coro e nos corredores, telhado, forro, assoalho e grades. De acordo com o levantamento feito pelo IPHAN, em 1949, todas as paredes da capela-mor são de alvenaria, com as cimalhas em pedra lavrada do arco-cruzeiro para cima. A nave é de adobe, até o telhado, com as cimalhas de madeira, marcos e folha de caixotões, com vidraças nas partes externas. A capela, o corredor direito e a dependência dos fundos são assoalhados, enquanto a sacristia e o corredor esquerdo são em cimento e ladrilhos. Os marcos da sacristia são em pedra e folha de almofada, o mesmo ocorrendo com a capela do Santíssimo, enquanto a capela-mor apresenta óculos de pedra com vidros. O arco-cruzeiro é todo de madeira. A torre, também de adobe e com os pés direito em madeira, é encimada por uma cruz de ferro. Quanto à pintura, a capela apresentava as seguintes características à época do levantamento: as paredes externas amarelas, a cal e ocre; as internas da nave e corredores brancas, a cal; a capela-mor com pintura a óleo, imitando mosaicos; marcos, folhas e barras a óleo, em cores variadas; altar-mor dourado a purpurina; altares laterais brancos, com fundo azul claro; capela do Santíssimo com teto branco e paredes a óleo, já desbotadas. Segundo o historiador Salomão de Vasconcelos, esta capela é a única de Mariana que obedece ao tipo especializado de frontispício quebrado em três planos, a exemplo de Sabará, Santa Bárbara, Caeté, Catas Altas, Conceição do Serro e outras cidades mineiras. Apresenta interior simples, com altares compostos de colunas retas, arcos, capitéis e rendilhado acompanhando o estilo das colunas. Verifica-se, entretanto, distinção entre o desenho dos altares, podendo-se supor, ou que foram executados em épocas diversas, ou obedeceram ao gosto particular de cada Irmão a quem tenha sido confiada a decoração. O altar-mor é composto por bela talha e abriga uma imagem antiga de Nossa Senhora dos Anjos. Nos nichos laterais encontram-se imagens igualmente antigas de São Francisco e São Domingos. Na sacristia, pintura a óleo de excelente qualidade retratando Nossa Senhora. Cabe destacar ainda, quadro bastante expressivo, pela concepção e execução artística, representando São Francisco na meditação e no êxtase, junto ao símbolo da Sagrada Paixão e Morte de Cristo. Ao lado direito e esquerdo da Igreja fica o cemitério, onde estão enterrados os Irmãos pertencentes à Irmandade. Em 1954, a Capela de Nossa Senhora dos Anjos constava do Plano de Obras do IPHAN, prevendo-se para aquele ano consertos generalizados no forro, portas e janelas, revisão do telhado, reparos no piso de campas, limpeza e pinturas gerais.
Coube à Arquiconfraria do Cordão de São Francisco, fundada em 1760, a construção da primitiva capela, provavelmente transformada em capela-mor do templo definitivo, cuja construção se deu a partir de 1784, data em que a Arquiconfraria foi constituída formalmente. A inexistência de documentação no arquivo da Igreja relativa à sua época de construção, impossibilita o devido esclarecimento sobre os artistas que ali trabalharam, bem como as etapas de evolução e conclusão das obras. Pode-se, todavia, a partir de estudos comparativos, suspeitar da participação dos artistas Romão de Abreu, José Antônio de Brito e Manuel da Costa Athaíde nos trabalhos da igreja. Em 1843, diante da necessidade de reedificação do templo, a Assembléia Legislativa Provincial autorizou a concessão de duas loterias para a realização das obras. Estas, entretanto, parece que só tiveram início em 1853, conforme indica o Livro de Receita e Despesa da Arquiconfraria. Pelo mesmo documento, pode-se inferir que as obras se prolongaram até 1874/1875 e compreenderam a reforma do frontispício, reconstrução da torre, obras na capela-mor, no coro e nos corredores, telhado, forro, assoalho e grades.
ResponderExcluirDe acordo com o levantamento feito pelo IPHAN, em 1949, todas as paredes da capela-mor são de alvenaria, com as cimalhas em pedra lavrada do arco-cruzeiro para cima. A nave é de adobe, até o telhado, com as cimalhas de madeira, marcos e folha de caixotões, com vidraças nas partes externas. A capela, o corredor direito e a dependência dos fundos são assoalhados, enquanto a sacristia e o corredor esquerdo são em cimento e ladrilhos. Os marcos da sacristia são em pedra e folha de almofada, o mesmo ocorrendo com a capela do Santíssimo, enquanto a capela-mor apresenta óculos de pedra com vidros. O arco-cruzeiro é todo de madeira. A torre, também de adobe e com os pés direito em madeira, é encimada por uma cruz de ferro. Quanto à pintura, a capela apresentava as seguintes características à época do levantamento: as paredes externas amarelas, a cal e ocre; as internas da nave e corredores brancas, a cal; a capela-mor com pintura a óleo, imitando mosaicos; marcos, folhas e barras a óleo, em cores variadas; altar-mor dourado a purpurina; altares laterais brancos, com fundo azul claro; capela do Santíssimo com teto branco e paredes a óleo, já desbotadas. Segundo o historiador Salomão de Vasconcelos, esta capela é a única de Mariana que obedece ao tipo especializado de frontispício quebrado em três planos, a exemplo de Sabará, Santa Bárbara, Caeté, Catas Altas, Conceição do Serro e outras cidades mineiras. Apresenta interior simples, com altares compostos de colunas retas, arcos, capitéis e rendilhado acompanhando o estilo das colunas. Verifica-se, entretanto, distinção entre o desenho dos altares, podendo-se supor, ou que foram executados em épocas diversas, ou obedeceram ao gosto particular de cada Irmão a quem tenha sido confiada a decoração. O altar-mor é composto por bela talha e abriga uma imagem antiga de Nossa Senhora dos Anjos. Nos nichos laterais encontram-se imagens igualmente antigas de São Francisco e São Domingos. Na sacristia, pintura a óleo de excelente qualidade retratando Nossa Senhora. Cabe destacar ainda, quadro bastante expressivo, pela concepção e execução artística, representando São Francisco na meditação e no êxtase, junto ao símbolo da Sagrada Paixão e Morte de Cristo. Ao lado direito e esquerdo da Igreja fica o cemitério, onde estão enterrados os Irmãos pertencentes à Irmandade. Em 1954, a Capela de Nossa Senhora dos Anjos constava do Plano de Obras do IPHAN, prevendo-se para aquele ano consertos generalizados no forro, portas e janelas, revisão do telhado, reparos no piso de campas, limpeza e pinturas gerais.